Reiner lança “Elã”, single que celebra a cultura amazônica e dá nome ao seu próximo disco

De Belém, ele retrata na faixa o impulso de criação que mantém viva a cultura nortista

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Foto: Duda Santana/Divulgação.

O cantor e compositor Reiner, natural de Belém, apresentou nesta terça-feira (15) o single Elã, faixa-título de seu primeiro álbum de estúdio. A canção, disponível nas plataformas de streaming, marca o início dos trabalhos de divulgação do disco, que será lançado em outubro.

Elã traz como conceito central o “Elã Vital”, termo cunhado pelo filósofo francês Henri Bergson, que se refere ao impulso criativo e produtivo. Reiner explica que essa ideia serve como uma metáfora para a resistência e a vivacidade da cultura nortista. “A cultura do norte é deixada para trás em várias discussões até dentro da própria Amazônia. O Elã seria uma força que perdura desde quando o primeiro português colocou os pés em Belém. Essa força inexplicável não deixou os batuques de carimbó, lundu, ijexá e outros ritmos afro-indígenas desaparecem”, afirmou o artista.

A data de lançamento do single coincide com a celebração da Adesão do Pará à Independência do Brasil, o que, segundo Reiner, reforça a importância de dar visibilidade às manifestações culturais da região.

Além do lançamento da faixa, o artista também disponibilizou um visualizer, com imagens de Duda Santana e direção criativa de Vinny Araújo. “Para ilustrar Elã, eu pensei no surreal, no que é mistério dentro da mente humana, e em como ela funciona. As distorções na música me inspiraram para criar as distorções visuais que representam o que chamamos de ‘erro na matrix’, uma falha no sistema”, explicou o diretor.

Com produção musical de Léo Chermont (da banda STROBO e do duo Os Amantes) e do próprio Reiner, Elã traz uma combinação de guitarras e sintetizadores com ritmos tradicionais de terreiro, como o Congo de Ouro. Coros de vozes inspirados em Os Tincoãs se mesclam a batidas de funk, com influências que vão de Jup do Bairro e Mateus Fazeno Rock até Massive Attack e Portishead.

“Para além do eixo Rio-São Paulo, a própria elite belenense que gostaria de viver em Manhattan vê com maus olhos ter traços caboclos ou exaltar o que é nosso. Mas a cultura amazônida segue viva apesar do genocídio de indígenas e dos pretos diaspóricos”, comenta Reiner.

O álbum completo, que conta com o apoio do Edital de Música da Lei Paulo Gustavo do Pará, será lançado em outubro.