Poli lança EP com influências afroindígenas e ritmos populares pernambucanos

“Da Raiz ao Canto” reúne seis faixas autorais com participações especiais e aposta na conexão entre fé, ancestralidade e cultura popular

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Foto: Sandrine Neves/Divulgação.

A cantora, compositora e percussionista pernambucana Poli lançou nas plataformas digitais o EP Da Raiz ao Canto, obra que reúne seis faixas autorais e parcerias com artistas da cena local. Com influências afroindígenas e sonoridades marcadas por ritmos como capoeira, coco, choro e ijexá, o projeto busca dialogar com elementos da espiritualidade e da cultura popular, abordando também questões sociais, raciais e de gênero.

O trabalho conta com a participação da filha de Poli, Leona, e da cantora Alessandra Leão. A direção musical é assinada por Zé Freire, que também compôs três das faixas e participou dos arranjos. A produção musical é de Vinícius de Farias, e as gravações ocorreram no estúdio Carranca, localizado no bairro da Torre, no Recife. O lançamento foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio do edital de ações criativas promovido pelo município do Recife.

“O EP de estreia fala de movimento, circularidades, sendo um verdadeiro ebó para o orí. Fala de espiritualidade por meio da poesia, alegrias, encontros e desencontros, e da fé. Também da capoeira, da jurema sagrada e do axé. É um trabalho de cura e de comemoração”, afirma Poli. A artista acrescenta: “Cada música do EP é um rezo, uma maneira de enxergar o mundo, um desabafo e mais um desafio.”

Sandrine Neves credito da fotografia o EP traz uma diversidade de ritmos capoeira coco choro e ijexa.
Foto: Sandrine Neves/Divulgação.

Da Raiz ao Canto é a continuidade do saber ancestral sendo eternizada no canto e nos arranjos musicais dançantes”, comenta. “Esta obra musical traz um modo de acreditar na fé e superar os desafios de forma leve e dançante… Da Raiz ao Canto é um presente cantado principalmente para todo povo afroindígena, ao que veio antes, com um fortalecimento da espiritualidade e um caminho de retorno ao ancestral”.

Com mais de 25 instrumentos gravados, o EP traz uma instrumentação diversificada que inclui percussões, sopros, cordas, coros e palmas, com a colaboração de músicos como Thúlio Xambá, Rodrigo Felix, Yko Brasil, Phillippi Oliveira e Erlani Silva. Poli também atuou como percussionista em algumas faixas, tocando ganzá e pandeiro.

A produção envolveu ainda uma equipe técnica inteiramente pernambucana. O figurino e os acessórios foram concebidos por Orum Ateliê e Déborah Assunção. As filmagens e fotografias foram realizadas por Sandrine Neves e Lizzi, com apoio da Arca (estúdio fotográfico) e da equipe de produção coordenada por Luciane Bacelar. A artista também foi responsável pela concepção estética do EP.

Poli começou a investir em seu projeto solo em 2023, ano em que participou do São João do Recife no polo Cordeiro. Em 2024, se apresentou no polo Rio Branco e, em 2025, no Novo Cais, durante o Carnaval do Recife. A artista também soma colaborações com nomes como Isaar, Josildo Sá, maestro Spok e a Banda de Pau e Corda.

“Fala da capoeira Angola e do seu fundamento, fala do sincretismo, da ideia do ser individual e coletivo, das amizades e dos caminhos da vida. Da Raiz ao Canto fala de raça, cor, gênero e classe. A gente joga capoeira, dança coco e samba, com a cultura popular, o povo preto, de onde a gente vem e de onde a gente é. É o que está firmado no chão, onde pisamos firme, cantamos com intenção, dançamos como o corpo pede e como a alma sente, falando por meio do canto”, conclui a artista.

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