Após single “Crocodilos”, Aygam anuncia EP autointitulado com quatro faixas

Inspirados por grupos como Nação Zumbi e O Rappa, banda passa no EP mensagem poderosa de resistência e luta

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(Foto: Divulgação)

A banda Aygam – formada por Gabú (voz e guitarra), Bruno Ras (voz e baixo), Satiê (backing vocal e guitarra) e Omar (bateria) – anuncia o lançamento do EP autointitulado com quatro faixas. Fruto de um processo criativo intenso e orgânico, gravado de forma independente na garagem de Gabú, o EP nasce de um contexto de urgência e inspiração. 

Beneficiados por uma política pública, a banda aproveitou a oportunidade para compor, arranjar e gravar as faixas no curto período de três meses. Desde os primeiros ensaios, a sonoridade e os conceitos das letras foram trabalhados de maneira colaborativa e fluida. 

A musicalidade de Aygam é um tributo à música negra e suas manifestações. Inspirados por bandas brasileiras, como O Rappa, Nação Zumbi e Charlie Brown Jr., o EP resgata sonoridades ancestrais, sob uma perspectiva contemporânea, refletindo vivências de afro-brasileiros na periferia. 

Além disso, o trabalho carrega uma mensagem poderosa de insubmissão e resistência. As letras abordam temas de luta, enfrentamento e triunfo contra as adversidades cotidianas. “Todas as músicas tem um tom de revolta e nossas composições evidenciam essa postura combativa, cada uma à sua maneira”, diz Gabú.

CapaAygam EP
Capa do álbum (Divulgação)

A faixa de abertura, “CROCODILOS”, tem uma célula rítmica de boombap, com um refrão melódico e letra que evoca o enfrentamento das mazelas sistêmicas através dos próprios mecanismos de defesa, como o Axé e a religiosidade. A faixa aborda a fé em Ogum e a força para enfrentar os desafios do cotidiano. 

Na sequência, “EUCALIPTOS” possui sonoridade psicodélica e atmosférica, com letra que faz analogia entre a sociedade monocultural e as relações interpessoais que minam as individualidades. “VIDA COBRA”, terceira faixa do EP, apresenta uma sonoridade do post-punk, falando sobre a luta do dia a dia, o trabalho árduo e a superação dos limites. A “Cobra” representa a vigilância necessária contra aqueles que rastejam, enquanto a “Vida Cobra” simboliza a cobrança pelas adversidades enfrentadas. 

Por fim, “DEPOIS DO PAPO RETO É SÓ DEBOCHE” chega para fechar o álbum com influências brasileiras dos anos 70, abordando temas como transfobia e a hipocrisia de pessoas que se dizem cultas, mas perpetuam opiniões antiquadas sobre a juventude. 

Vale destacar que o registro foi viabilizado por meio do VAI 2023. Edital é uma iniciativa da Secretaria de Cultura de São Paulo para viabilizar o desenvolvimento cultural nas periferias da cidade.